quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Num velho casaco

Ainda num velho casaco,
vejo as faces envolvidas em ligeiro pudor,
que se desfaz em cheiro líquido e pó
ao toque daquelas mesmas vozes
que resmungam boa noite,
como se fosse possível cuspir fogo.

É a surdez meritocrática dos trens.
A virilidade pontiaguda,
barulhenta e veloz dos jatos.
O pênis e os propulsores.

É vida o ranger da mola,
O andar da tropa, o marchar sem freios.
Humilde a distrair as tripas,
a cor, o som.

Com frisos e botas,
ontem saiu à cata de um melhor gracejo.
E em lúcidos parágrafos,
Cavalheirescamente dispostos,
encheu de júbilo o cú do artista.